sábado, 22 de novembro de 2014

PILOTI

Seh M. Pereira
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Reduzo a obscuridade, à luz da análise, para 
a

certeza das imagens que julgo inconcebíveis de outro modo.. Nos 
discursos de um deus sem nome, mas 
próprio,

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resgato meu silêncio mediante 
o depósito

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do

valor alcançado, e retiro das mãos de terceiro.. Os ponteiros 
adiantados a sombra 
de um gota a gota ininterrupto.. Pétalas ao 
chão

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nada mais é do 
que 
inutilidades em fresca distração, que 
logo preencheram as 
rezas.. Além das primavera, as flores da primavera

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de

dentro; abro as gaiolas, e desencadeia os suicídios.. Aproximo-me da 
claridade atravessada sob o 
pretexto de aperfeiçoamento.. O segundo ato é 
dado pelo

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primeiro, e o terceiro céu também é 
azul; um

desabrochar que acolhe, encoraja, e destrona..
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LAMELA

Seh M. Pereira
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O outono descalça as luvas, e poda os bonsais.. Arremessado 
às 

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paredes pelo pêndulo do gota a gota dos 
extremos de mim, tento o centro.. Não detenho as 
especulações, mesmo no risco da perda.. Penhoro meu silêncio, e 

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legitimo; tento o
resgate antes da 
transferência de direito.. Folhas secas na 
via respiratória é uma realidade distinta aos meus dias; que 
não pode ser

deduzido.. Interrogo-me 
em

contradições 
que não cessam.. O remo faz 
o rio, 
horizontal e retorcido, ficar novamente visível..
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LAIA

Seh M. Pereira
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Rezo a um deus 
próprio,
inventado por suposições; acolho-o,

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e me

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encorajo.. Retiro meu silêncio 
da penhora 
antes do resgate ser transferido a terceiro; deposito 
o valor alcançado na 
avaliação.. Não suponho a intervenção de um deus sem nome, próprio

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de erros.. Feridas formigantes por 
baixo da epiderme

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cicatrizadas..
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QUIRELA

Seh M. Pereira
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Do meu
santo

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etiqueta que se torna 
uma hipótese infundada; abandono

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às

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rezas.. Por indução, dedução ou mera síntese; pendo, às 
vezes, aos

extremos dos 
ponteiros 
sem 
prejulgar absolutamente 
nada.. Meu bonsai que não obedece ao outono

.
de

dentro, ou 
julga 
não obedecer..
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RÉQUIEM

Seh M. Pereira .
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Das
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minhas cicatrizes

repletas de 
contrações internas que recaem 
por 
trás dos pés.. As inclusões que me propõe qualquer

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acolhida ao

avesso.. Retiro meu 
silêncio 
das mãos de terceiro depositando o valor 
alcançado na penhora.. Adepto

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ao sopro do deus 
sem nome, suicido-me constantemente; nasço, e novamente

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esvaio-me..

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QUORUM

Seh M. Pereira
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Repleto de
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contradições
internas abro as gaiolas

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do outono.. Reserva 
de

paciência nos discursos do santo, de casa, no 
volume morto; antecipo-me a dissecação das folhas.. Percurso do

.
tempo

repleto de rezas, mais do que

.
soluções.. A poda dos bonsais em declives rudes, por 
influências internas, determina com 
irresistível

.
força

as outras estações para um fim conhecido.. Conduzo-me 
por um impulso 
que a primeira vista não deixo

.
perceber.. Inspiro, 
respiro
e esvaio-me..

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quarta-feira, 19 de novembro de 2014

CHARCO




Seh M. Pereira

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Abro as gaiolas 
da

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primavera.. Das flores que 
amam
os

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suicídios, sou a estufa que 
ama

.
essas flores 
que
amam os suicídios; organizo meu caos..
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Arte de Patty Maher Photography

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quarta-feira, 12 de novembro de 2014

SABRE



Seh M. Pereira
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Prescrevo os dias que surjo nas 
paredes
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lamacentas; sopro, e
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descubro
a cidade rasteira que todos os pés haverão de ir.. Lama 
dura
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sobre as mãos, e um rio que me atravessa..
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Arte de Patty Maher Photography
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POMO




Seh M. Pereira
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Desaproprio-me do 
velho 
par
de
.

sapatos
sem perder a gastura do caminho, e
.

tento me
.
.

antecipar 
aos pressentimentos sempre
atrasados..
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Arte de Patty Maher Photography
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UBÍQUO




Seh M. Pereira
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E me
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aproximo 
o
suficiente 
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para diminuir uma claridade 
atravessada; lama dura
dos suicidas..
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Arte de Patty Maher Photography

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MACRAMÉ




Seh M. Pereira

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E como quem se arrasta debaixo 
dos 

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próprios pés, 
preencho os vãos de uma linha tracejada; o 
não contínuo é 

pouco 

.

para expressar envolvimento.. 


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Arte de Patty Maher Photography

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PROMULGADO 




Seh M. Pereira
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Tento o direito de preferência na reaquisição do 
meu 
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silêncio; antecipo-me a publicação da sentença 
antes
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da aquisição
de terceiro.. Resgato-me
.
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da penhora..
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Arte de Patty Maher Photography

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EMÉTICO



Seh M . Pereira

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Abro uma cesariana

na 

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garganta do silêncio, e não aguardo 
cicatrizar 

.

para 

abrir outras 

.

quando julgo necessário; a ferrugem 
corrói o 

.

eixo 

dos ponteiros, mas não para o gotejo do tempo..


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Arte de Patty Maher Photography

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CICERONE



Seh M. Pereira
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É quando a flor aceita, o seu destino de, ser flor; que 
não 
.

submerso em obstáculos, que me 
espreitam, logo
abaixo 
.

da epiderme..
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Arte de Patty Maher Photography

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ARENGA



Seh M. Pereira
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E tento entender
as
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mãos
que se ausentam
quando mais precisamos
.

estendê-las..
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Arte de Patty Maher Photography

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REDUTO




Seh M. Pereira

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Investigo, em minúcias, minhas mortes decorrentes de 
um
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silêncio
inoportuno; encontro respostas
rápidas
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não duradouras..
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Arte de Patty Maher Photography
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