terça-feira, 13 de setembro de 2016

FEBRÍFUGO
Seh M. Pereira
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E o meu
santo

bateu
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com o de sua casa; pediu
licença, e tirou
os

sapatos para entrar..
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quinta-feira, 8 de setembro de 2016









PAREDE
Seh M. Pereira
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disfarçado de utensílio doméstico,
o relógio de minha parede

anda me comendo. e
tomei

tento
pelo cio. tropecei. cai. levantei.
tropecei.
cai.

e levantei. tropecei.
tomei queda pelo tempo.
tomei gozo pela língua. pelos ponteiros.

deleite que não renego. o relógio de minha parede anda me comendo.
amante.

tomei queda pelos giros do tempo que me cai de boca.
minutos. e minutos.
horas.

gozo que não renego, o relógio de minha parede é quem me come.
come.

e come. e me fodo tentando fugir do seu dialeto.
não tomo tento.

as paredes têm ouvido.

tomei queda pela língua.
cio que escorre do meio de minhas pernas.
tomei queda pelos ponteiros que me deixa líquido.
e líquido é o deleite desse meu amante disfarçado agora de utensílio doméstico.

não tomei prumo pelos giros da língua do tempo que me arrasta fundo.
perdo o rumo.

disfarçado de utensílio doméstico, o tempo é o meu amante que mais me fode.
cio que me arrasta.

é minuto, o deleite.
língua que me dita fundo todo o seu dialeto, em mim, é minuto.
gozo que escorre pelo meio de minhas pernas é minuto.
ócio que me carrega nos ponteiros, após o gozo, é horas.

e eu, líquido.

tropecei. caí. levantei.
tropecei.
caí. e levantei.
e tropecei.

e cair.

e em todo os meus minutos.
horas. horas. e horas.

cio que não renego,
e tomo tento; tempo que me come.
encostado na parede.
disfarçado de utensílio doméstico.
tomei gozo de todo seu dialeto,

perdo o prumo.
perdo o rumo. perdo de não encontrar minhas pernas e novamente
tomar queda.

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